Home

PWPG012.Ink
A filosofia nasceu na Jónia, colónia grega da Ásia Menor, num período de profundas transformações económicas, culturais, sociais e políticas, que foram designadas como «Milagre Grego», correspondentes ao momento da grande colonização que começou cerca da metade do século VIII a. C.
Surge como a expressão de uma nova atitude, caracterizada pela racioinalidade e por um desejo de objectividade relativamente ao mundo, à vida e ao homem, que se vai desenvolvendo, progressivamente, em ruptura com o mito (representado pelos poetas, como Homero e Hesíodo).
Este processo de ruptura inicia-se em Mileto, com Tales, que é classificado por Aristóteles como o primeiro filósofo, passando pela Itália e a Sicília (Magna Grécia), atingindo o seu apogeu em Atenas, no tempo de Péricles, e culminando com amorte de Aristóteles, em 322 a. C.
Os primeiros filósofos, representantes da Escola Jónia (Tales de Mileto, Anaximendro de Mileto e Anexímenes de Mileto) têm em comum o facto de considerarem que a realidade tem uma unidade interna, que pode tornar-se inteligível. Procuram, por isso, o arquê ou substância primordial, origem de todas as coisas, tentando encontrar uma explicação do real através de causas naturais, opondo-se às explicações sobrenaturais dos mitos, baseando-se na observação da natureza. Daí que estes filósofos tenham também sido chamados físicos ou fisiólogos (de physis = natureza) e cosmólogos, pela preocupação relativa à origem dos cosmos (mundo organizado), procurando substituir as cosmogonias míticas por uma cosmologia. Em resumo, procuram uma resposta da ordem racional para o problema do uno e do múltiplo.
No entanto, encontramos ainda, no pensamento de muitos destes filósofos pré-socráticos, uma ligação a certos aspectos próprios de uma atitude mítica como, por exemplo, a concepção do eterno retorno (a passagem do mesmo ao mesmo, através do diverso) e uma linguagem ligada à poesia.

Deixe um comentário