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Foi, com Sá de Miranda, um dos introdutores e teorizadores do Renas­cimento português. Bacharel e doutor em Cânones pela Universidade de Coimbra, foi desembargador da Casa do Cível em Lisboa, aqui morrendo vítima da peste.

Cultor dos diferentes géneros clássicos, foi na tragédia Castro que Ferreira, utilizando em verso branco o diálogo num ritmo solene e poderoso, se superou («Como poeta lírico, autor de odes – subgénero de que foi introdutor -, elegias, éclogas, sonetos, etc., é geralmente convencional, glosa lugares-comuns, tropeça numa linguagem hirta, embora, em certos momentos, consiga impressionar pela vibração humana», refere Jacinto do Prado Coelho). Obra de só­bria majestade, é uma das mais perfeitas tragédias peninsulares do Re­nascimento: «onde vem ao primeiro plano o conflito interior de D. Afonso IV, repartido entre a razão de Estado e a consciência cristã, tragédia, pois, da liberdade responsável perante a fatalidade do amor que arrasta Inês para a morte imerecida, é a obra-prima do teatro clássico português e uma das mais belas e «modernas» tragédias renascentistas» (JPC).

Repudiando a expressão tradicional e o bilinguismo literário, foi um acérrimo animador da glorificação da língua portuguesa, expondo nas odes e cartas em verso o seu ideal da aurea mediocritas.

As suas obras encontram-se compiladas nos Poemas Lusitanos, publicados postumamente por seu filho, Miguel Leite Ferreira.

Lisboa, 1528 – 1569

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